segunda-feira, novembro 01, 2010

Mais do Mesmo

Independentemente do resultado da eleição, consagrando Dilma, Lula e o PT, teríamos mais do mesmo pelos próximos quatro anos mesmo que o Serra fosse o eleito.

As propostas e posições dos dois candidatos eram muito semelhantes e foram ficando cada vez mais parecidas ao longo da campanha a medida que o marketing político ia recomendando concessões de cada lado. Assim foi com Dilma em relação a questões fundamentais para os segmentos religiosos e do Serra demonizando as privatizações que ajudou a realizar.

Ambos se travestiram de personas fabricadas sob medida às conveniências eleitorais e as fantasias serão despidas pelo eleito ao longo do caminho.

No caso específico do Serra foi extremamente lamentável ter tentado devolver para a oponente o mesmo veneno que ela destilou contra ele quanto ao agit prop de privatização da Petrobras.

O Aécio hoje já adiantou que para o futuro político do PSDB caberá se resgatar o legado da era FHC e a defesa das privatizações feitas e o benefício que trouxeram para o país e que são evidentes hoje.

A Vale, por exemplo, é uma empresa muito melhor do que quando era estatal e jamais teria o tamanho que tem hoje, muito maior, se ainda o fosse. E é um anacronismo que se pense que tirar minério de ferro do solo, uma commodity, ou produzir placas de aço, sejam missões do Estado que não consegue sequer prover educação, saúde ou saneamento com o mínimo de qualidade.

E talvez mais importante que tudo: perto de 6000 cargos de indicação de políticos desapareceram da face da terra. O quanto de dinheiro de inevitáveis negociatas foi poupado até hoje? O quanto de aparelhamento político-partidário e loteamento para os “aliados” não foram evitados? De quantos escândalos a “la Correios” e “mensalões” fomos salvos?

Mas não há de ser nada, a estatal puro-sangue PetroSal vem aí, com o seus bilhões e bilhões de dólares de petróleo, e não devem faltar oportunidades para tantos quantos sejam os “companheiros” sob a batuta do Zé Dirceu. Ninguém deve ficar ao largo…

quinta-feira, outubro 14, 2010

Sobre Laicidade, Razão e Democracia

Muito se tem bradado ou brandido a laicidade do Estado brasileiro como argumento para tentar-se desqualificar, liminarmente, todo e qualquer debate político de tema que tenha origem ou seja de interesse de alguma crença religiosa, ficando implícito nesses casos que tais inserções no debate seriam “anti-democráticas”.

Se confunde, muitas vezes intencional e maldosamente, estado não confessional, aquele que não abraça nenhuma religião, em princípio para acolher a todas, com Estado Amoral. Há aqui uma crença oculta, com origem no Iluminismo, de que exista uma tal Razão, como que flutuando acima da História e do homen, com lógica própria e consistência interna, que está acessível a quem quer que conheça seus preceitos e métodos, e que prescinde de qualquer crença ou conhecimento anterior e ainda, horror dos horrores, da Tradição. Tal Razão seria moralmente neutra, mas se constituiria no primordial instrumento ou ferramenta para a ação de governantes em um “Estado laico”. Bem sabemos que tal crença frequentemente descamba em sociopatia e genocídio com múltiplos nomes (fascismo, nazismo, socialismo ou comunismo). É que como os chatos dos humanos insistem em não se encaixar nos “belos” sistemas e esquemas “racionais-amorais”, a solução “lógica e consistente” do sistema é eliminar os humanos.

Um contra-ponto final é lembrarmos que uma das nações mais democráticas de toda a história, o Reino Unido da Grã-Bretanha, é um Estado Confessional, com Igreja oficial “estabelecida” (de fato duas: Anglicana na Inglaterra e Presbiteriana na Escócia, uma se referidndo a outra como “dissidente” ou “não-conformista” e ambas com o rei/rainha como autoridade máxima).

Portanto, não há nada de fenomenal ou essencial na propalada laicidade do Estado, frequentemente usada para coibir expressões de religiosidade. O que é fundamental é a liberdade religiosa e o respeito à pluralidade.

Sobre Moralidade e Política

Muito se tem criticado como espúrias ao processo político-eleitoral o debate sobre temas de ordem moral, cujas crenças subjacentes são frequentemente de origem religiosa. Não misturar “religião” com política, ou “o Estado brasileiro é laico, está na constituição”, “isso não é assunto para eleição” e tantos outros motes são repetidos a exaustão.

Primeiramente vale destacar que não há debate religioso misturado com a política partidária: não me recordo de discussões teológicas sobre qualquer tema de crença de qualquer denominação religiosa, como “predestinação” versus “livre arbítrio”, por exemplo.

O que se tem questionado e debatido é a posição dos candidatos quanto a temas de elevado significado moral para vastos segmentos dos eleitores que confessam alguma das vertentes religiosas existentes (mas isso não é exclusividade de crentes!). Essas pessoas pautam a integralidade de suas vidas pelas crenças e valores que abraçam, e isso inclui a dimensão política: elas não querem ver pessoas com poder político que possam vir a ameaçar, por legislação ou ato executivo, o modo de vida que acreditam como o correto. Isso é um direito inquestionável delas assim como de seus líderes religiosos de abertamente recomendar ou não determinados candidatos quanto ao protagonismo ou antagonismo aos seus valores!

Além do mais, toda ação humana tem um valor moral, muitas vezes até inconsciente para o agente, motivando ou justificando o seu ato. Isso é mais verdade ainda em política, já que governar é administrar a eterna escassez de recursos, fazer escolhas e arbitrar prioridades, sempre privilegiando segmento(s) da sociedade em detrimento, momentâneamente ao menos, de outro(s) (de menor prioridade ou mesmo de interesse antagônico ao do governante).

O debate político deveria se dar inicialmente exatamente pela exposição da “visão de mundo” de cada candidato, seu conjunto de crenças e valores e o que quer modificar, como e para quem para atingir sua visão. Só a partir daí faz sentido se discutir carteira de projetos e programas de governo que sejam consistentes com essa visão e valores. Discutir mais ou menos bolsa família, mais ou menos aumento para aposentados, trem-bala ou privatizações ficam ocas ou sem sentido, e as escolhas dos cidadãos eleitores ficam inevitavelmente pobres.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Desinformação: Dilma e o Aborto

Em Outubro de 2007, quando diretamente questionada sobre sua posição sobre a legalização do aborto, a senhora Dilma Rousseff disse com todas as letras e convicção possível ser favorável a sua descriminalização. Veja o vídeo abaixo:

Dilma defendo aborto em 2007

É possível que um adulto mude de crenças que estão enraizados no âmago do seu ser? Certamente que sim. Entretanto, o usual é que tais mudanças ocorram paulatinamente em uma escala de tempo que se mede em décadas e em geral refletem o amadurecimento do indivíduo. Por exemplo, um adolescente ou mesmo um jovem adulto pode avaliar o aborto provocado como algo palatável e na maturidade, após ter filhos ou netos, estar na posição oposta e se tornar um firme opositor dessa prática. Não se espera que pessoas de meia-idade sãs tenham mudanças de crenças em temas fundamentais de ordem moral.

Mudanças repentinas são também possíveis quando se sofre um grande trauma. Alguém pode passar a defender a pena de morte ou o endurecimento penal se sofrer, ele próprio ou algum ente querido, uma grande violência ou injustiça. Num sentido positivo, outro pode passar a professar crenças e valores de uma religião se tiver uma Revelação.

No caso da senhora Dilma, uma mulher madura e mãe de adulto(s), e ao que se conste sem nenhum episódio traumático ou transcendente recente, essa inversão completa de “polaridade” sobre o aborto teria ocorrido nos últimos 3 anos. Será? Não me consta também que ela tenha reconhecido uma mudança de posição nesse período e os arautos de seu partido bravateiam indignados como se ela nunca tivesse tido opinião distinta da qual deu testemunho cabal.

Agora, os agentes de desinformação do PT é inútil chiarem que a internet livre está espalhando “boatos insidiosos” a respeito do assunto quando existe prova documental visual! A técnica leninista-orelliana de repetir uma mentira até que ela se torne verdade não pode prosperar nesse caso. É mais pungente ainda quando se sabe que o partido fechou questão pela descriminalização nesse mesmo ano, para todos os seus filiados, o que obviamente inclui a senhora Dilma, e é no mínimo “exótico” que eles próprios defendam que ela seja dissidente de uma posição partidária fechada. Então tá, ela pode mas outros não.

A verdade deve prevalecer, e a partir daí cada eleitor faz sua avaliação e seu julgamento.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Hegemonia Petista: Tempos Sombrios Adiante

image"É comum o indolente ver seus direitos serem tomados pelos ativos. A condição sobre a qual Deus dá liberdade ao homem é a eterna vigilância; se tal condição é descumprida, a servidão é, ao mesmo tempo, a conseqüência de seu crime e a punição de sua culpa"- John Philpot Curran (parlamentar irlandês, 1750-1817)  

O pequeno júbilo de todos que se opõem há consolidação da hegemonia petista, pelo quase inesperado segundo turno na eleição presidencial, evanesce ao  constatar-se que o avanço já obtido por suas hostes e aliados tendem a garantir maioria parlamentar suficiente para promover mudanças constitucionais sem poder de veto da mirrada oposição em vias de extinção acelerada. Ameaças sombrias como o PNDH-3 e seus tantos congêneres, o cerceamento da liberdade de imprensa e todas as frentes do ativismo de guerra cultural devem se avolumar assustadoramente no provável governo Dilma Roussef. Como  vaticinou José Dirceu, agora é a vez e a hora do PT.

O PSDB segue no papel de coadjuvante menchevique, cuja única razão de (ainda) existir é para servir de instrumento dialético à consolidação do projeto de poder petista. O Democratas coloca-se em situação semelhante ao ter-se tornado apenas uma sombra dos tucanos e tendo renunciado a mostrar-se e firmar-se como uma oposição verdadeira de valores e propostas. Seus caciques se contentaram em lutar para sobreviver e preservar seus feudos regionais, renunciando a uma potencial identidade democrata-liberal e muito menos de corte conservador. Ambos agora pagam o preço por sua leniência servil e caminham a passos largos para tornarem-se irrelevantes e descartáveis no futuro político muito próximo, depois do acachapante esmagamento sofrido nas urnas.

Não há oposição política verdadeira agora, dentro em breve não haverá nem para figuração.

sábado, agosto 21, 2010

Desinformação: a Mídia, o PT e as FARC (e Chávez também...)

É bastante curiosa a cobertura da grande mídia impressa quando se torna inevitável ter de mencionar as FARC, em especial se houver alguma tangência constrangedora com pessoas ou organizações brasileiras.

Nas últimas semanas isso ocorreu pelo menos duas vezes: a primeira foi quando o deputado federal Índio da Costa acusou o PT de vínculos com as FARC (da alegada associação ao narcotráfico ele se retratou posteriormente). A mídia noticiou a acusação, a revolta do PT com a mesma e o processo judicial que o partido anunciou abrir contra o deputado e também relatou a defesa de Serra ao seu colega de chapa candidata à presidência da república, que afirmou ser pública a ligação histórica entre as duas organizações (ao que eu saiba, Serra não está sendo processado). Relatadas as afirmações e as posições subsequentes das partes, a mídia parece ter se dado por satisfeita com o assunto e rapidamente o deixou para trás.

Em um segundo caso, o então presidente colombiano Álvaro Uribe acusou o governo Venezuelano de abrigar múltiplos acampamentos das FARC, com milhares de narco-terroristas, que serviriam de bases seguras para ataques ao território colombiano. O presidente Uribe parece ter apresentado provas ou evidências disso em um foro de países sul-americanos. Em resposta, o presidente Hugo Chávez rompeu relações diplomáticas com a Colômbia como registro e materialização de sua indignação diante da gravidade da acusação. De forma idêntica à primeira situação, a grande mídia se contentou em relatar as alegações e reações de cada lado.

Em ambos os casos não houve qualquer interesse em investigar o mérito das alegações opostas de cada parte e prover ao público indicações jornalísticas de com quem deveria estar a verdade, pois ou ela está com uma parte ou com a outra, já que estão em perfeita oposição, uma sendo a negativa da outra, e não podendo haver um meio termo, meia verdade ou "meia razão". Além disso, os méritos são absolutamente substantivos, materiais: ou o PT tem (ou teve) algum tipo de vinculação com as FARC ou não tem; ou existem acampamentos dessa organização em território venezuelano, sem reação ou oposição de seu governo, ou não existem os tais acampamentos.

A atitude da mídia é a própria negativa da razão de ser do jornalismo, que precisa ser investigativo por natureza. É assim que se dá, por exemplo, em casos criminais de grande repercussão: ou o goleiro Bruno matou ou mandou matar sua amante ou não o fez e é inocente; e vimos todos o exaustivo esforço jornalístico nesse assunto.

Em não tendo tido a imprensa atitude semelhante nos dois episódios, só há duas hipóteses possíveis:

  • O conteúdo ou mérito das acusações são muito irrelevantes ou desinteressantes, fatos banais mesmo, um “não assunto”, não merecendo energia investigativa na busca de saber com quem está a verdade afinal, e assim seriam equivalentes às brigas de bar que acabam com feridos ou mortos onde se relata apenas a confusão e suas consequências, mas o estopim é automaticamente reputado como irrelevante. Entretanto, parece que os acusados não compartilham dessa visão, pois reagiram muito indignadamente, com negativas veementes, processos judiciais ou rompimentos diplomáticos;
  • Descobrir e informar a verdade quando se trata de relações fraternas com as FARC não é conveniente, devendo os fatos, sejam eles quais forem, permanecerem encobertos.

Para a primeira hipótese, devemos arguir porque a mídia avaliaria que a eventual associação entre um partido político brasileiro com uma organização terrorista, em luta armada com governos legalmente constituídos e democráticos de um país amigo e fronteiriço, além de ser fornecedora de drogas para o tráfico nacional, não se reveste de importância alguma ao público brasileiro. De forma semelhante, porquê não nos interessaria saber se é fato que um outro país vizinho e amigo acolhe tal organização em seu território em um ato de hostilidade ao primeiro?

Para a segunda hipótese e suas implicações, o leitor deve tirar suas próprias conclusões.

quinta-feira, abril 15, 2010

Tributo aos Heróis de Sempre

Nas tragédias infelizmente cotidianas de nossas cidades, e agora até mesmo no exterior, comove-me às lágrimas testemunhar a abnegação, a determinação e o heroísmo de nossos Bombeiros Militares, que incansavelmente, colocando em risco suas próprias vidas, se esmeram em salvar as das vítimas de todo os tipos de infortúnio. Em se tratando de Brasil, imagino o quão abnegados esses homens e mulheres precisam ser para abraçar tão difícil profissão diante de tantas adversidades. Na semana passada entretanto, todas essas virtudes ganharam forma e nome ao serem sublimemente retratadas na foto em que o sargento bombeiro Luis Carlos dos Santos é consolado pelo pai do menino de 8 anos a quem ele havia prometido salvar, mas quis o destino ou os Desígnios de Deus que assim não fosse. Sargento Luis Carlos, sua dor e a de seus companheiros também é a dor dos que gostariam poder estar ombro-a-ombro com vocês e que têm em suas mãos a melhor representação de nossa vontade. Sabemos que não se pode vencer todas as infindáveis batalhas, mas o saldo das Vitórias em muito superam as eventuais perdas. Não esmoreça jamais. A bravura de vocês nos dignifica, nos honra e em grande parte, nos redime.

O Quê Há de Errado com Niterói?

A orgulhosa (dita) quarta cidade em qualidade de vida do país foi duramente atingida pelo dilúvio da semana passada: se além de notarmos que o número absoluto de vidas fatais, antes da vergonhosa tragédia do morro do Bumba, já era quase o dobro das fatalidades da cidade do Rio, que tem da ordem de 12 vezes a sua população, verificamos que a taxa de casualidades per-capta da “cidade sorriso” foi algo entre 20 e 25 vezes a sofrida pela capital. Como se explica isso? Sabemos, mesmo sem medir (o único pluviômetro da cidade está desativido por falta de locação adequada [?]), que a intensidade da chuva aqui não foi significativamente maior ou mesmo distinta da do Rio. Podemos razoavelmente inferir que a geologia das duas cidades tão próximas também não devem ser tão diferentes assim, em especial em áreas passíveis de ocupação humana, já que Niterói não tem as belas, altas mas escarpadas e inabitáveis (encostas de) montanhas da cidade maravilhosa. Não há nada que indique também uma especial propensão dos niteroienses por arriscar suas vidas procurando locais impróprios e perigosos para construir seus lares e que portanto é razoável supor-se que um local de risco em Niterói onde ainda seja possível erguer-se uma moradia não seja em muito diferente de seus congêneres do Rio. Considerando-se todos esses aspectos, o que resta para ser distintivo e determinante para a escala do desastre que vivenciamos? Apenas a inação e a irresponsabilidade dos sucessivos e continuados governos municipais. Nesse sentido, soou como escárnio e um profundo desrespeito às inúmeras vidas perdidas, ainda com seus restos mortais insepultos e soterrados por lixo, à dor de seus familiares e ao nosso bom senso, a declaração do senhor prefeito Jorge Roberto da Silveira comparando o que ocorreu no morro do Bumba às verdadeiras tragédias naturais recentes do terremoto do Chile ou da tsunami do sudeste da Ásia. Senhor prefeito, tenha respeito!

Somos Responsáveis?

A tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro e região metropolitana, em especial Niterói, desvelou a incúria de nossa sociedade ao mesmo tempo que soterrou vidas, famílias inteiras, sonhos e esperanças de muitos. Juntamente com a pronta e comovente solidariedade que prestamos aos sobreviventes, rapidamente culpamos gerações de (des)governantes por sua leniência, que por atos ou omissão criminosa permitiram que se instaurassem as condições para a catástrofe. É sim verdade que o populismo, o fisiologismo, a prática política miúda e desprovida de ética e do mínimo respeito à vida e a dignidade humana de inúmeros governos foram fatores decisivos para que a fúria momentânea da Natureza cobrasse a conta por tanto descaso. Mas é dolorosa verdade também que todos esses desgovernos foram alçados ao poder por nós. Eles foram, são e sempre serão nós mesmos. Também é verdade que todos, cidadãos, sociedade organizada ou não, imprensa inclusive, sempre soubemos da existência de famílias vivendo em condições de risco como os deslizamentos ocasionais de cada temporal, sempre ceifando vidas, insistiam em nos lembrar. Pode-se questionar também, sem julgar e com as devidas piedade e humildade de quem não tem maiores privações materiais, que chefes de família tenham “escolhido” colocar a si próprios e a seus entes queridos em situações de risco inaceitáveis. Então senhores, a inescapável e amarga conclusão é que o mal tem triunfado, por quê nós, “homens de bem”, não fizemos nada a respeito, ou pior, contribuímos com nossos votos para que isso se desse. Vamos continuar assim? O meu voto, ao menos, jamais será o mesmo e o meu arrependimento tentarei purgar com minha solidariedade aos meus sofridos concidadãos.