quarta-feira, novembro 29, 2006

O "Big-Brother" Cresce em Silêncio

Em recente viagem ao exterior fui inquirido pelo agente federal responsável pela verificação do passaporte no embarque a respeito de meu destino e motivo de viagem. O agente afirmou estar cumprindo a lei e me relatou que as informações seriam registradas em uma base de dados (governamental).
Ou seja, o Governo invade indevidamente a privacidade dos indivíduos e ainda cria um banco de dados com essas informações, sabe-se lá o Bom Deus com que objetivos. Não me arrisquei a sonegar tais informações sob risco de perder importante viagem de trabalho.
Tal procedimento abusivo não gera nenhum "ruído" ou contestação da tal "sociedade civil organizada" que só aparece para apurrinhar a vida das pessoas mas jamais pra defender direitos individuais fundamentais, como o de manter sua vida privada longe das garras e apetites do Estado.

terça-feira, novembro 28, 2006

Existe algum Político Conservador de Destaque?

Na minha modesta opinião, o único "político" de alguma expressão que professa e representa um ideário liberal-econômico e de valores conservadores chama-se Guilherme Afif Domingos.

domingo, outubro 15, 2006

Uma Agenda Política Conservadora

Naturalmente falando apenas por mim, listo abaixo alguns tópicos de uma proposta de governo conservadora e liberal para uma futura disputa política:
  1. Privatização de todas as estatais (BB, CEF, IRB, Petrobras, geração elétrica, Infraero, portos, rodovias, etc.);
  2. Previdência oficial optativa pelo regime de capitalização e completamente desvinculada do Tesouro;
  3. Seguridade Social, incluindo algum mecanismo de renda mínima, totalmente custeada pelo Tesouro;
  4. Fim do FGTS obrigatório. Os trabalhadores poderiam optar por fundos privados e decidir eles próprios qual a melhor aplicação do seu dinheiro;
  5. Fim da pelegada sindical com seus impostos e taxas obrigatórias;
  6. Fim da progressão de pena quando cumprida em apenas 1/3;
  7. Criação de regimes disciplinares prisionais especiais por tempo indeterminado (como o de Presidente Bernardes);
  8. Maior-idade penal aos 16 anos;
  9. Fim do teto penal de 30 anos de reclusão (cumulatividade de penas sem limite);
  10. Exclusão do "Estatuto do Dearmamento" de cláusulas econômicas ou administrativas de cunho confiscatório em alinhamento com a manifestação da vontade popular no referendo sobre o desarmamento;
  11. Propor emenda constitucional permitindo a criação de polícias fardadas municipais em cidades com mais de cem mil habitantes;
  12. Tipificação do crime de terrorismo e criação de lista de organizações terroristas permitindo a prisão e deportação de seus membros estrangeiros em territorio nacional (como as FARC e AUC da Colômbia ou o MIR chileno);
  13. Banimento de qualquer política de cotas como discriminatória ou segregacionista;
  14. Fim do repasse de verbas públicas para ONGs de qualquer natureza;
  15. Fim da participação oficial de ONGs de qualquer natureza em instâncias do poder público;
  16. Acionar a AGU em caso de invasão de bens públicos para processar criminalmente e civilmente os autores até as últimas instâncias em qualquer circunstância;
  17. Fim da reforma agrária socialista e processo criminal instaurado pelo MP quando da invasão de propriedade privada por movimentos organizados;
  18. Redução da carga tributária do país para um patamar entre 20% e 25% do PIB;
  19. Desburocratização radical e permanente dos serviços públicos;
  20. Autonomia do Banco Central;
  21. Fim do regime estatutário para servidores que não os de carreiras de Estado com fim da estabilidade associada;
  22. Transformação das universidades federais autárquicas em fundações públicas com gestão autônoma do executivo federal e com repasse de verbas públicas vinculado a um contrato de desempenho e plano de metas aprovados em um conselho com participação de pessoas externas ao governo, incluindo eventuais mantenedores privados institucionais.

Como estes, diversos outros pontos de uma agenda conservadora autêntica poderiam ser listados. Parece que nenhuma instância política está disposta a abraçar tal ideário.

Picolé de Chuchu ou Pimentão Vermelho?

A disputa eleitoral recente não me interessou muito por não me sentir representado pelo PSDB ou pelo Alckmin. O voto no chuchu é o voto anti-PT e anti-Lulla possível, mais do que alguma convicção partidária. Os tucanos têm sido, alguém dirá que deliberadamente, verdadeiros Mencheviques, ou seja, o adversário ideal para o jogo de hegemonia petista, mantendo toda disputa possível no espectro da esquerda.
Só que agora o fio de esperança em qualquer mudança possível começa a ficar cada vez mais tênue. É triste ver a agenda política do Alckmin ser pautada pela petezada, e pior ainda, segundo sua própria escala de valores. Com a exclusão dos conservadores e verdadeiros liberais das discussões políticas, vemos ambos demonizarem propostas necessárias como a privatização massiva das 141 estatais restantes. No seu esforço de ficar cada vez mais parecido com seu opositor, o chuchu não só desencanta um segmento dos eleitores como torna "idéia bandida" diversos valores liberais que ficam banidos do debate liminarmente.
Esse é um desserviço que o Alckmin presta a todos que não são de esquerda "nezte-paíz", muito mais sério do que sua provável derrota no pleito. Marcar posição contra o PT e suas idéias era a missão necessária, mas a ambição de poder do candidato tucano demonstrou que ele não tinha estatura para ela.

sábado, julho 29, 2006

Guerra Cultural: Estatuto da (Des)igualdade Racial


A discussão na mídia sobre o “Estatuto da Igualdade Racial” (fantástica a novilíngua petista, não?) tem se concentrado quase que esclusivamente ao tópico das cotas raciais para as universidades, Mas esse monstrengo jurídico tem mais, muito mais de pernicioso do que esse tema em particular. Cortina de fumaça? Diversionismo para não chamar a atenção para outras propostas tão ou mais explosivas?

Apresento abaixo extrato comentado da versão de 2003 da proposta do estatuto feita pelo senador Paulo Paim (a única completa que consegui achar na Internet). Como vem tramitando pelo Congresso desde então é possível que tenha sofrido mudanças, mas nada que altere a essência nefasta da proposta. Como usual nesses casos, floreios embelezadores estão presentes para tornar o todo palatável e despertar a simpatia dos bom-moços. É o caso do capítulo sobre os quilombos ou sobre tratamento pelo sistema de saúde público de doença específica associada à etnia negra.

Art. 5 Os poderes executivos (...) instituirão, (...), conselhos de defesa da igualdade racial, de caráter permanente e deliberativo, compostos por igual número de representantes de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população afro-brasileira.
Art. 6 Compete aos conselhos de defesa da igualdade racial a formulação, coordenação, supervisão e avaliação das políticas de combate à desigualdade e à discriminação racial.

Nesses dois artigos o estatuto cria sovietes paralelos ao poder formal do Estado, “aparelhado” por ONGs enragé, sucursais do Partido Príncipe. Aqui, fere-se de morte a Democracia pois não há legitimidade de representação, o povo não vota em ONGs (e alguém sabe dizer o que é uma ONG representativa??).

Art. 11. O quesito raça/cor será obrigatoriamente introduzido e coletado, de acordo com a autoclassificação, em todos os documentos em uso no Sistema Único de Saúde, tais como:
I – cartões de identificação do SUS;
II – prontuários médicos;
III – fichas de notificação de doenças;
IV – formulários de resultados de exames laboratoriais;
(...)
VIII – qualquer outro instrumento que produza informação estatística.
(...)
Art. 16. O quesito raça/cor será obrigatoriamente introduzido e coletado, de acordo com a autoclassificação, em todos os documentos em uso nos sistemas de informação da Seguridade Social.
Art. 17. Dê-se ao art. 54 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, a seguinte redação:
“Art. 54. O assento de nascimento deverá conter:
................................................................................................
2) o sexo e a cor do registrando;
.................................................................................” (NR)
(...)
Art. 23. É obrigatória a inclusão do quesito raça/cor, a ser preenchido de acordo com a autoclassificação, em todo instrumento de coleta de dados do censo escolar promovido pelo Ministério da Educação, para todos os níveis de ensino.
(...)
Art. 48. A inclusão do quesito cor/raça, (...), será obrigatória em todos os registros administrativos direcionados aos empregadores e aos trabalhadores do setor privado e do setor público, tais como:
I – formulários de admissão e demissão no emprego;
(...);
IV – Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, (...);
V – formulários da Previdência Social;
(...)

Nestes artigos fica oficialmente criado o apartheid racial no Brasil. Depois poderão vir as “estrelas” para costurar nas lapelas.

Art. 19. (...) os governos (...) desenvolverão campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos membros da população afro-brasileira faça parte da cultura de toda a sociedade.
Art. 20. A disciplina “História Geral da África e do Negro no Brasil” integrará obrigatoriamente o currículo do ensino fundamental e médio, público e privado.
Parágrafo único. O Ministério da Educação elaborará o programa para a disciplina, (...).

Aqui, numa só tacada, se institui a lavagem cerebral das crianças para o “racial-politicamente correto” e se garante que algum comissariado aparelhado no MEC em Brasília irá monopolizar a difusão da doutrina desejada.

Art. 28. O Fundo Nacional de Promoção da Igualdade Racial será administrado pelo Conselho Nacional de Defesa da Igualdade Racial, instituído pelo Poder Executivo Federal, (...).

Mais um soviete, esse aqui para tungar nosso suado dindin, já que todos pagamos sempre a conta não é mesmo?

O conjunto de artigos abaixo espraia a idéia de cotas para o setor produtivo. Notem que haveria discriminação de empresas em processos licitatórios para o governo caso não sigam a cartilha da (des)igualdade racial. Se já será devastador termos cotas para ingresso em Universidades, imaginem nas empresas onde unicamente o mérito, em condições competitivas, deveria prevalecer. Algum STF do mundo civilizado consideraria essa estultície como constitucional?

Art. 43. Os governos (...) promoverão ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para os afro-brasileiros, realizarão contratação preferencial de afro-brasileiros no setor público e estimularão a adoção de medidas similares pelas empresas privadas.
(...)
Art. 46. A contratação preferencial na esfera da administração pública federal, (...), obedecerá às seguintes diretrizes:
I – para a aquisição de bens e serviços pelo setor público, assim como nas transferências e nos contratos de prestação de serviços técnicos com empresas nacionais e internacionais e organismos internacionais, será exigida a adoção de programas de promoção de igualdade racial para as empresas que se beneficiem de incentivos governamentais e/ou sejam fornecedoras de bens e serviços;
Art. 47. O § 2o do art. 45 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 45. ..............................................................................
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta lei, a classificação dará precedência ao licitante que tiver programa de promoção de igualdade racial em estágio mais avançado de implementação; (...)” (NR)

No artigo 51 se bane a estética como critério seletivo válido de qualquer profissão. Como ficam agências de publicidade (baniram os books?) e outras atividades que vivem, literalmente, da aparência, ou seja, de uma seleção baseada em conceitos estéticos, perfeitamente legítima para várias ocupações?
Art. 51. As empresas contratantes ficam proibidas de exigir, juntamente com o currículo profissional, a fotografia do candidato a emprego.

Nos artigos seguintes se remove a liberdade de expressão e se institui o dirigismo cultural tão ao gosto do saudoso PCUS:

Art. 55. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a participação dos afro-brasileiros na história do País.
Art. 56. Os filmes e programas veiculados pelas emissoras de televisão deverão apresentar imagens de pessoas afro-brasileiras em proporção não inferior a vinte por cento do número total de atores e figurantes.

Art. 57. As peças publicitárias destinadas à veiculação nas emissoras de televisão e em salas cinematográficas deverão apresentar imagens de pessoas afro-brasileiras em proporção não inferior a vinte por cento do número total de atores e figurantes.

E, finalmente, no artigo abaixo se institui o terror jurídico ao se inverter o ônus da prova em litígios envolvendo suposta discriminação racial. Imaginem as empresas recorrentemente nas barras dos tribunais tendo que provar que não discriminaram negros ou pardos em seus processos seletivos empregatícios e que selecionaram seus empregados exclusivamente por mérito? Ou imaginem se para fugir desse terror passem a discrminar “afirmativamente” na contrataçào de negros? Será que os brancos ou amarelos “negativamente” discrimnados também goazariam da inversão do ônus da prova?

Art. 64. Para a apreciação judicial das lesões e ameaças de lesão aos interesses da população afro-brasileira decorrentes de situações de desigualdade racial, recorrer-se-á à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 1o Nas ações referidas neste artigo prevalecerão:
I – o critério de responsabilidade objetiva;
II – a inversão do ônus da prova, cabendo aos acionados provar a adoção de procedimentos e práticas que asseguram o tratamento isonômico sob o enfoque racial.

Ou os brasileiros se livram do PT, não votando nele, ou o PT acabará com o Brasil.

quarta-feira, abril 05, 2006

Declaração dos Não-Direitos

O texto abaixo está disponível na internet com várias pequenas variações e é atribuído à Lewis W. Naper. Fiz uma tradução livre e adaptada do mesmo. O texto, embora americano até as raízes, nos faz refletir sobre a realidade brasileira e suas mazelas derivadas das mesmas causas que o autor procurou apontar e contrapor. Em particular, discordo da apologia da pena de morte.

O título é uma referência às dez primeiras emendas a constituição americana, demandadas pelos estados federados, e que ficaram conhecidas como "bill of rights" ("lei (ou carta) de direitos" aqui traduzida por "declaração de direitos").

Declaração dos Não-Direitos

Por Lewis W. Napper, candidato para o Senado americano pelo Partido Libertário do Mississippi em 2000.

“Nós, americanos de bom senso, no intuito de apoiar o entendimento entre todos, recuperar alguma aparência de justiça, para evitar mais baderna, manter nossa nação segura, promover comportamentos positivos e garantir as bençãos da liberdade indébita para nós mesmos e nossos descendentes, geração após geração, por meio desta declaração tentamos, mais uma vez, ordenar e estabelecer algumas orientações do senso comum para os chorões terminais, os dominados pela culpa, os iludidos e outros bebês-mijões esquerdistas.

Nós cremos nessas verdades como sendo auto-evidentes: que inúmeras pessoas são confundidas pela “Declaração dos Direitos” e têm uma visão tão turva que necessitam de uma “Declaração dos Não-Direitos”.

Artigo I - Você não tem direito a um carro novo, uma TV de tela grande ou qualquer outra forma de riqueza.

Melhor para você se puder adquiri-los legalmente, mas ninguém está garantindo nada.

Artigo II - Você não tem direito de jamais ser ofendido.

Este país é fundado na liberdade, e isto significa liberdade para todos, não apenas você! Você pode deixar a sala, mudar de canal ou expressar uma opinião diferente, mas o mundo é cheio de idiotas, e provavelmente sempre o será.

Artigo III - Você não tem direito de estar livre de danos.

Se você enfiar uma chave-de-fenda em seu olho, aprenda a ser mais cuidadoso, não espere que o fabricante da ferramenta faça de você e todos os seus parentes milionários.

Artigo IV - Você não tem direito à alimentação e moradia gratuitas.

Os americanos são as pessoas mais caridosas que você pode encontrar, e irão alegremente ajudar qualquer um em necessidade, mas nós estamos ficando cada vez mais cansados de subsidiar gerações e mais gerações de encostados profissionais que não realizam nada mais do que outra geração de encostados profissionais.

Artigo V - Você não tem direito à assistência médica gratuita.

Isto seria bacana, mas nós simplesmente não estamos interessados em saúde pública estatal.

Artigo VI - Você não tem direito de ferir fisicamente outras pessoas.

Se você raptar, estuprar, intencionalmente mutilar ou matar alguém, não se surpreenda se o resto de nós quiser vê-lo fritar na cadeira elétrica.

Artigo VII - Você não tem direito às posses de outrem.

Se você roubar, trapacear ou coagir os bens ou serviços de outros cidadãos, não se surpreenda se o resto de nós nos reunirmos e o trancarmos em um lugar aonde você ainda não terá direito a uma TV de tela grande ou a uma vida de lazer e ócio.

Artigo VIII - Você não tem direito de exigir que nossos filhos arrisquem suas vidas em guerras no estrangeiro para apaziguar sua dolorida consciência.

Nós odiamos governos opressivos e não iremos levantar um dedo para impedi-lo de combater se você assim o desejar. Entretanto, nós não apreciamos paparicar o mundo todo e não queremos gastar tanto do nosso tempo em combater cada pequeno tirano com um uniforme militar e um chapéu engraçado.

Artigo IX - Você não tem direito a um emprego.

Claro, todos nós queremos que todos vocês tenham um, e iremos alegremente ajudá-los em tempos difíceis, mas nós esperamos que vocês aproveitem as oportunidades de educação e treinamento vocacional postos a sua disposição para torná-los úteis.

Artigo X - Você não tem direito à felicidade.

Ser um americano significa que você tem o direito de perseguir a felicidade, que, diga-se de passagem, será muito mais fácil de alcançar se você não for sobrecarregado pela super-abundância de leis idiotas criadas por aqueles de vocês que são confundidos pela “Declaração de Direitos”.

Se você concorda com o acima estabelecido, nós o instamos a repassar isto para o maior número possível de pessoas. Não, você não tem que fazê-lo, e nada de trágico irá lhe ocorrer se não o fizer. Nós apenas cremos que é tempo para que o bom senso volte a florescer. Chame a isto de era da razão re-visitada.”

quarta-feira, março 29, 2006

Palocci, o Crime e a Mídia

O nível de diversionismo de nossa grande imprensa, escrita ou televisiva, não têm limites quando se trata de atenuar, "anestesiar" ou mesmo esterilizar todo e qualquer fato que atente contra a "boa imagem" do establishment petista.

Exemplo cabal foi a queda do Palocci. O senhor ex-ministro teve em mãos o extrato da conta do caseiro obtido de forma criminosa. Isso segundo o ex-presidente da CEF que afirmou ter ele próprio levado o extrato ao então ministro, que, diga-se de passagem, não desmentiu tal afirmação. Ora, tal singelo fato por si só torna o Dr. Palocci, por silêncio e omissão, cúmplice de um crime independentemente de ter autorizado ou determinado seu "vazamento" para a imprensa, crime este cometido pretensamente em seu benefício.
Tal situação é absolutamente escandalosa e demonstra, mais uma vez, o nível de aparelhamento da máquina estatal brasileira por um partido em prol de um projeto de poder totalitarista que não se acanha em atentar contra o Estado democrático de direito por um mínimo instante sequer.
No entanto, a nossa grande mídia se esforça para não chamar a atenção desse fato capital em todo o episódio. Tal esforço envolveu, por exemplo, uma inversão do que seria a pauta natural e mesmo a chamada principal do Jornal Nacional da noite de Segunda-Feira, que poderia ter sido algo como "Presidente da CEF depõe na PF e causa a queda de Palocci ao incriminá-lo na quebra de sigilo do caseiro Francenildo". Esta foi, de fato, a razão derradeira para sua demissão pelo presidente Lula, e portanto o dado central do dia a partir do qual tudo o mais foi conseqüência. Mas não foi isso o que vimos no JN, mas sim uma cuidadosa e elaborada pauta diversionista. Senão, vejamos como se deu a seqüência das notícias a partir de suas chamadas:
  • "Quebra do sigilo do caseiro derruba Palocci" (não menciona que ele esteve com o extrato em suas mãos);
  • "A trajetória de Palocci";
  • "O novo ministro da Fazenda";
  • "Tensão no mercado financeiro";
  • "A reação em Brasília";
  • "A demissão do presidente da Caixa".

Apenas neste último bloco é mencionada a gravíssima acusação feita ao ex-ministro pelo então presidente da CEF e que acabou por resultar na demissão de ambos. Notem que nem a chamada do bloco noticioso destaca o seu dado mais importante. Quanto trabalho não deve dar tamanha dedicação em quase esconder completamente um escândalo desse tamanho! Vejam o esforço para deixar tudo nas entrelinhas, uma menção na chamada e uma única e lacônica frase perdida no meio do texto:

"Pouco antes da saída de Palocci, o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, afirmou à PF que tinha entregado diretamente ao ministro o extrato bancário do caseiro Francenildo.

[seguem 4 parágrafos]


Mattoso recebeu o extrato na noite de 16 de março do consultor Ricardo Schumman durante um jantar. Em seguida, ele foi à casa de Palocci e entregou o extrato nas mãos do ministro.


[seguem mais 10 parágrafos]".

O JN deve deixar a CNN e o New York Times corados de vergonha diante de tamanha competência (ou cara de pau, como preferirem) em táticas diversionistas.

domingo, março 12, 2006

Guerra Cultural: Front na Educação e Retaguarda na Mídia

O JB de hoje publicou em sua segunda página reportagem de Leandro Mazzini com o título "Militares censuram Guevara em sala de aula". A reportagem trata da proibição de exibição do filme "Diários de Motocicleta" para 90 alunos de três turmas de sétima série da escola Fundação Osório, "entidade de direito público vinculada ao Comando do Exército.
O repórter, como habitual nesses casos, faz de seu texto arma de propaganda contra a força terrestre em geral e contra a direção da escola em particular: "[o general Ney Oliveira] foi indicado pelo general Francisco Albuquerque, o mesmo que deu carteirada em um avião da TAM há 11 dias em Campinas." Aqui, o diligente agente orgânico não se acanha em lançar mão de fato totalmente alheio ao objeto de sua "reportagem", nem de esconder seu mal disfarçado ódio, para reforçar seu intento em desmoralizar a direção por vício de origem, já previamente rotulada de "censora" logo na chamada de seu texto.
Mais adiante, incontido em seu proselitismo "politicamente correto", o agente-repórter destila: "[o filme] foi exibido mundo afora (...), mas acabou sendo censurado, em um ponto do planeta onde a liberdade de expressão deve ter mais poder que a mensagem nas telas: dentro de uma sala de aula". Ora, que grande asneira senhor repórter, sala de aula não é palanque político nem tribuna para a livre veiculação de idéias que passem pelas cabeças vazias de qualquer professor. Muito menos pode existir algo como liberdade de cátedra nos ensinos fundamental e médio. O conteúdo, respeitados os ditames mínimos do MEC, e a forma com que é passada aos alunos é de responsabilidade da direção de qualquer escola e dos pais que devem acompanhar de perto o que é ministrado aos seus filhos. Minha filha estuda em uma escola que escolhi por que confio na linha educacional que a diretora e proprietária mantém a mais de trinta anos, independentemente da professora de plantão em sala de aula, e vigio de perto o que lhe é ensinado. Se discordar, vou reclamar a quem de direito.
O coordenador de geografia da escola, professor Maurillo Neto, que saiu em defesa da professora que iria exibir o filme, cujo nome foi cuidadosamente omitido, mostrou sua revolta contra a decisão da direção: "A escola desestimula atá a projeção de filmes, (...) numa clara demonstração de autoritarismo (...), dignos de uma ditadura." Meu caro coordenador, se eu fosse o diretor, você seria demitido ou afastado de sua coordenação. Uma escola não é e não deve ser estruturada como uma "democracia", soviete ou "assembléia permanente". Se há um lugar onde hierarquia e disciplina devam estar presentes é na escola, sem o que só restará balburdia e caos, que é o que, aliás, muitos desejam. Tais valores são na verdade uns dos principais a serem transmitidos aos alunos. A direção, ao contrário do que prega o coordenador, entende e assume sua responsabilidade para com alunos e pais ao recomendar que os departamentos "exerçam efetivo controle das atividades de ensino (...), particularmente quanto aos meios de instrução (...) utilizados durante as aulas". Bravo, senhor diretor!
Para não se sentir só em seu proselitismo contra a direção da fundação, típico dos raids esquerdistas, o repórter foi buscar respaldo com especialistas em educação, e o senhor Rubem Alves nos sai com a pérola de diversionismo: "É um sistema ditatorial dentro de um sistema democrático. Uma instituição educacional tem o dever de prezar pela liberdade de informação. A censura é uma contradição entre as práticas no colégio (SIC) e o que é essencial numa sociedade. É impensável a intimidação de professores". Durma-se com um barulho desses: escolas deveriam ser arenas livres para o pleno fluxo de todas as informações ao bel prazer de quem decidir veiculá-las. E eu que sempre pensei que modular a transmissão de certas informações em consonância com a idade e a maturidade dos alunos fosse missão essencial do processo educacional.
Quanto ao mérito em si sobre a exibição ou não do filme, o diretor da escola, o coronel Geraldo Alonzo, resumiu bem: "Tenho que dar uma educação que seja propícia para todos os alunos. [O filme] não soma nada em termos educacionais (...)". O que o diretor não disse é que a não exibição do filme poupou seus alunos de uma propaganda que faria exaltação sutil e subliminar a um facínora cuja imagem continua estampada em bandeiras e camisetas pelo mundo. É irrelevante que o filme não faça mensão a vida guerrilheira-terrorista posterior da personagem. Para crianças de doze anos a mensagem que ficaria seria "poxa, que cara maneiro", o que não passa nem perto da verdade.

sábado, fevereiro 18, 2006

Guerra Cultural: Proselitismo Gay com o Nosso Dindin

Reportagem de hoje de O Globo revela que o Governo Federal irá destinar um milhão de reais do Ministério da Saúde (programa de combate a AIDS) mais seiscentos mil reais do Ministério da Cultura para as paradas gays em todo o Brasil.
A reportagem revela também que no ano passado já foram gastos da mesma forma meio milhão de reais do meu, do seu, do nosso dindinho. Agora entendo a razão da repentina explosão de destes eventos que ocorreram ano passado por todo o país.
Não chega a ser surpresa que o governo do PT decida fazer proselitismo gay com os suados impostos dos contribuintes, o que é desalentador é a pífia reação das estruturas institucionais da sociedade, como o Ministério Público, que reclamam apenas da aplicação indevida da rubrica orçamentária escolhida, e não do mérito em si de tal descalabro.
Trata-se, óbviamente, de mais um round na guerra cultural que a esquerda mundial empreende contra a toda a civilização ocidental e seus fundamentos judaico-cristãos. ONGs organizadas em rede contam agora com o vetor de ação governamental a potencializar e alavancar suas ações. Mas tal percepção não passa nem perto dos agentes que deveriam ser os guardiões do real interesse público.
Quando questionada a respeito, a burocrata que empunha a caneta generosa com a verba que deveria ser destinada aos doentes de AIDS, afirma sem maiores preocupações ou pudores: "As paradas gays atuam contra a discriminação. Apoiá-las é uma política inclusiva (...)". Ora minha cara, e quem lhe autorizou a fazer apologia gay em nome e por conta do povo brasileiro? Nas entrelinhas do discurso "políticamente-correto" leia-se: "Vocês caretas têm um modo de vida e uns valores que não só são ultrapassados como são inconvenientes ao novo mundo e ao novo homem que vamos criar, apesar de vocês. E ainda vamos usar o fruto do suor do seu trabalho para destruir seu modo de vida antiquado e sua moral pequeno-burguesa."
A arrogância e a prepotência desses comissários de gabinete que se julgam no direito de promover seus ideais e valores com o dinheiro alheio é típica da nomenclatura comunista imbuída do mais puro espírito "messiânico-transformador". São iluminados a trazer luz e redenção para a plebe ignara.
Toda minoria tem o direito de expressar suas idéias, seus valores e seus reclames. Mas devem fazer isso por conta e meios próprios.
E nós, a maioria silenciosa, temos o dever de exigir que nossos impostos não sejam usados para promover valores e idéias das quais não compartilhamos, sob pena de vermos nossas crenças e nosso modo de vida serem paulitinamente extintos.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Coleção de Estultícies

Fausto Wolff superou qualquer limite na capacidade que alguém possa ter de escrever tanta besteira junta em um só pedaço de papel. No escrito, me recuso a chamar aquilo de artigo ou coluna, As Garras Sangrentas da Águia, do JB de 12/02, ele conseguiu codensar todos os clichês, toda a panfletagem rasteira anti-americana e anti-Bush que circulam por essa desolação de ídéias que é a imprensa nacional. O ódio que tempera a coleção de estultícies e maniqueísmos primários é patente, não que houvesse qualquer intenção de dissimulação. A "coisa" deve ter sido escrita para ser lida nas ruas de Teerã ou da faixa de Gaza. É difícil crer que tal amontoado de bobagens possa surtir algum efeito de convencimento e qualquer mente medianamente ativa pareendo apenas slogan de guerra a ser gritado a turpe ensandecida antes de alguma batalha de rua. Como peça de propaganda, deixaria rubro de vergonha qualquer agit-prop amador do velho partidão.
É por essas e outras que jornalões carcomidos como o JB definham e apodrecem vivos. Nem eles nem seus empresários decadentes farão qualquer falta. O Brasil estará melhor sem eles.