terça-feira, novembro 29, 2005

Fora de Controle

A disputa pelo futuro da internet já começou: de um lado seu criador, os EUA, e do outro o “multi-lateralismo” capitaneado pela ONU ao qual o governo esquerdista brasileiro entusiasticamente aderiu.

Foi realizado em Túnis o “Fórum de Governança da Internet” onde o “terceiro-mundo” com o apoio da UE protagonizou mais um round na luta para tirar os EUA, em particular a entidade privada ICANN, da gestão da rede.

No artigo “Sob Controle” de 21/11, André Machado do caderno “Informática Etc” de “O Globo”, além de apresentar um sumário do evento, entrevista integrantes da comitiva que representou o Brasil no fórum. Como usual em toda causa anti-americana, entrevistador e entrevistados seguem sem maiores questionamentos ou juízos de valor sobre a as posições assumidas. Não há espaço no jornalismo brasileiro para o contraditório, para a apresentação balanceada dos antagônicos, só para a opinião hegemônica. Ninguém se preocupou em ouvir o lado americano para relatar o seu ponto de vista. O meio-argumento “... pôr a segurança do ciberespaço em risco etc etc...” é liminarmente descartado sem maiores delongas.

Trechos de panfletagem explícita:
  • “Foi uma vitória do ciberespaço. Bem que os Estados Unidos tentaram continuar soberanos incontestes da Grande Rede, mas agora, pelo menos, eles têm que dividir com o resto do mundo o ciber-osso que não querem largar.” Interessante, pois a rede nasceu (como um projeto de segurança nacional do governo, diga-se de passagem) e prosperou nos EUA antes de ganhar o mundo, e agora o “mundo” quer tomá-lo deles. O jornalista, travestido de articulista logo no início de sua reportagem, não esconde o entusiasmo ao emitir opinião sobre o resultado do fórum.
  • “Eles não abrem mão do controle da internet, e nós não abrimos mão de tirá-lo deles.” Ingratos e egoístas esses Ianques: inventam e compartilham uma fantástica tecnologia com o mundo e ainda querem continuar no controle dela, tsk, tsk, tsk.

Mais interessante ainda que ao lado do Brasil está a China, este baluarte da democracia em geral e da liberdade na internet em particular. E olha que a motivação de todo esse nhein-nhein-nhein é “democratizar a gestão da internet”. Venhamos e convenhamos: o simples fato de ter a China comunista como promotora de tal movimento já me basta para desacreditar do mesmo. Nada de “democrático” pode surgir daí.


O artigo não toca em algumas questõezinhas básicas:

  • Quais os objetivos em se retirar a gestão da Internet dos EUA? O que motiva tantas nações a quererem isso? Por que tanto esforço?
  • O que se ganharia e o que se perderia?
  • Mais importante ainda, quem ganharia e quem perderia?
  • Como seria essa Internet “multi-lateralista”? Quem decidiria o que, como e quando?
  • O que mudaria (e o que parmaneceria) para o navegador-cidadão comum?
  • Tal mudança seria “segura”?
  • Bater nos EUA, mesmo sendo divertido, deve ser uma razão em si?

Já que o artigo perdeu a oportunidade do contraditório, deixo aqui alguns pontos para reflexão:

  • A Internet é o espaço mais livre e democrático que existe. Afirmo que é assim por que os EUA são o país que mais preza pela liberdade no mundo.
  • Esta liberdade está causando e ainda irá causar grandes mudanças libertárias em todos os cantos. Tal perspectiva apavora ditaduras em geral e comunistas e obscurantistas islâmicos em particular.
  • Este pavor gera como reação o desejo de subjugar a Internet ao domínio estatista dos diversos governos afetados. Ato contínuo, a liberdade conquistada estará terminada.
  • Mesmo em democracias, como os próprios EUA, a Internet está mudando a balança do poder: a grande mídia televisiva e os jornalões da costa leste e da California perderam o poder hegemônico de formar opiniões para uma infinidade de pequenos jornais eletrônicos e blogs que dão voz ao heartland, notadamente conservador e avesso ao esquerdismo chique de Nova Iorque ou de Hollywood. Os inúmeros midia-watch são atentos e implacáveis. O New York Times e a CNN jamais serão os mesmos após a Internet.
A Prudência ensina que “em time que está ganhando não se mexe”, em especial se você não sabe o que vai ganhar com a mudança.

terça-feira, novembro 15, 2005

Outra Resenha Inútil

A correspondente de O Globo em Nova York, Helena Celestino, nos presenteia com mais um libelo ao "políticamente correto" ao fazer uma resenha do filme "Soldado Anônimo" do premiado diretor Sam Mendes.
A correspondente junto sua voz ao coro do patrulhamento hollywoodiano que reza que qualquer filme de guerra deva ser um panfleto político anti-guerra. A crítica esquerdista do New York Times, claro, sempre ela, já marretou o tom "apolítico" do filme: "... debochando da tentativa de ignorar a sangrenta guerra estampada diariamente nos jornais", no que agora se junta a diligente correspondente
Como exemplo de pérola: "É possível fazer um filme de guerra apolítico quando os Estados Unidos estão atolados numa guerra que o mundo e a maioria dos americanos consideram errada?" Claro que é possível minha cara. Primeiro por que a liberdade de expressão o permite, e segundo que, ao contrário de sua crença, nem todos comungam das idéias da imprensa burra e servil ou da esquerda chique intelectualóide nova-iorquina ou californiana. Imaginem então o que aconteceria com o coitado que fizesse um filme claramente pró-guerra do Iraque?
O nível de patrulhamento é tão atroz que não há o menor constrangimento ou vontade de disfarçar o linchamento público que o pobre diretor está sofrendo por ter perdido uma oportunidade de fazer agit-prop contra seu governo. Vais er interessante saber quando ele conseguirá fazer uma nova super-produção em Hollywood... Na cabecinha da correspondente global filme de guerra só se for propaganda contra.
Por tal juízo, milhares de homens honrados e abnegados, sempre prontos a dispor da própria vida para defender valores inalienáveis e a vida de seus concidadãos, inclusive a da dileta correspondente, são quase criminosos que abraçaram uma vida nefasta, de cujas ações nada de bom pode advir.
Além da mesmice de críticas anti-Bush, que não podiam faltar, é claro, a correspondente destila um juízo de valor, que lhe parece universal exceto aos satânicos republicanos, de que toda guerra é perniciosa e errada. O veneno do pacifismo a qualquer preço foi inoculado pela KGB nos primórdios da guerra-fria e visava corroer por dentro a vontade política e a capacidade de defesa do mundo livre, justamente por um dos maiores impérios militares de todos os tempos.
Tal cacoete mental ainda nos fará de escravos a todos.