segunda-feira, outubro 24, 2005

Fecundas Raízes

Com os debates em torno do referendo, tive oportunidade de descobrir um grande grupo de pessoas que comunga de idéias e valores muito semelhantes aos meus. Colegas de trabalho de vários anos, com os quais quase nunca falei sobre política, passaram a trocar e-mails acalorados contra o referendo. Pude observar o quão semelhante éramos não só neste aspecto mas em tantos outros. É verdade que a homogeneidade "natural" do ambiente de trabalho, onde todos têm nível sócio-econômico e formação semelhantes, não permite extrapolar essas observações para o universo da população, mas é um alento constatar que no seio da classe média ainda prosperam antigos valores e ideais, mesmo que não manifestados.

Ontem me surpreendi com minha mãe septuagenária, tão receosa e avessa a qualquer violência, saindo para votar no NÃO com um belo entusiasmo cívico.

Todas estas observações cotidianas me reforçam o convencimento de que por de baixo da terra arrasada e retorcida por décadas de desconstrução cultural esquerdista, respiram fortes raízes prontas a vicejar e a reconquistar o terreno perdido.

Dizem que a ignorância do terreno pode ser um alívio para a alma do viajante e que o mantém no caminho, sem desistir da jornada. Como não enxergo tão longe quanto o mestre Olavo de Carvalho, sigo acreditando em dias melhores.

Próximas batalhas da agenda esquerdista: legalização do aborto e da união civil de homossexuais.

Não ao Desarmamento: Uma Vitória Conservadora

Na noite de ontem, perto de dois terços dos eleitores brasileiros disseram não ao engodo do desarmamento civil. Um rotundo NÃO à rede capitaneada por ONGs com financiamento estrangeiro e à grande mídia de massas (em especial Organizações Globo).

Um alento no deserto de tantos retrocessos. É espetacular que a população tenha superado e se libertado de toda a massiva e hegemônica propaganda pelo desarmamento. O povo, instintivamente, reagindo antes com as vísceras e depois com o cérebro, intuiu que a proposta colocada não lhe traria benefícios e optou por ser prudente e não mudar, açodadamente, um direito e uma prerrogativa que distam da colonização do país.

Tal evento motiva ainda mais um otimismo de que vinha alimentando de que nem tudo está perdido e que há esperanças de o Brasil vir a ser salvo das garras da esquerda internacionalista e sua agenda de guerras de rede contra nossa sociedade.

Como de hábito nos embates entre conservadores e revolucionários, a reação dos primeiros é catalisada e potencializada pelas iniciativas dos segundos. Tal dialética pode parecer inteiramente benéfica aos conservadores pois força seu auto-reconhecimento como detentores de valores comuns, sua aglutinação, coordenação e por final uma ação conjunta, porém, também torna patente que os planos e os cronogramas das batalhas são sempre traçados pelos adversários, cabendo aos conservadores apenas a defesa de seus interesses. Como já apontei em post anterior, este jogo tem como resultados possíveis ou o avanço revolucionário ou, na melhor das hipóteses, um empate onde não há avanço, mas também nenhum retrocesso. Este é exatamente o caso deste referendo.

Os revolucionários continuarão na carga, agora não frontalmente, mas comendo pelas beiradas, e se não ficarmos vigilantes, a vitória de hoje será a derrota de amanhã.

Para virar o jogo de vez, é preciso tomar a iniciativa ofensiva, como por exemplo propor o abrandamento de condições draconianas do estatuto do desarmamento e lutar no Congresso pelo aumento de penas para crimes violentos.

Mas hoje é para comemorar, e com especial deleite, o tom totalmente soturno do Fantástico e a cara de tacho da Glória Maria representando todo o beautiful people global que, mesmo nas rodas de chope das calçadas do Leblon, devem estar com as gargantas um tanto engasgadas.