terça-feira, setembro 20, 2005

Homens e Instituições

"Razão e ação são congêneres e homogêneas, dois aspectos do mesmo fenômeno." - Ludwig von Mises

Um engodo recorrente é a crença generalizada de que problemas de toda natureza, política, social, econômica, e até morais devam ser enfrentados e resolvidos pela "reforma das instituições". E tome reforma política, reforma tributária, reforma previdenciária e por aí vai. Remédio para a corrupção política crônica? Reforma político-eleitoral! Ninguém pergunta por que estruturas "tortas" estão por aí em primeiro lugar, em geral há muito tempo.

Mais um sub-produto do "logicismo" rasteiro que acredita que um desenho de gabinete para qualquer superestrutura formal do Estado, em geral na forma de uma lei, será suficiente para fazer com que tdos os homens se moldem e se adequem a um comportamento desejado. Tal crença é prima-irmã da que o Estado deva ser a fonte primária das soluções de todos os problemas.

As fundações da casa estão prejudicadas a ponto de que toda construção possa ruir? Reformemos o telhado...

Os homens não irão roubar por que o cadeado é forte e as trancas foram bem projetadas, jamais o serão suficientemente contra uma vontade resoluta. Homens não roubarão por um mandamento ético-moral de suas consciências, parte de sua honra.

Se as instituições não servem aos interesses da coletividade é por que foram adequadas, ao longo do tempo, a atender ao interesse de alguns. Reprojetá-las não resolverá nada se os "alguns" permancerem aparelhando-as.

Mas o aspecto mais instigante deste processo é que todos os demais permitam, por omissão ou inação que assim seja, desde sempre. Qual é a nossa raíz cultural que faz com que toda sorte de aproveitadores busquem na vida politica os meios para enriquecerem ilícitamente e uma vasta maioria de pessoas honestas permite que elas ocupem esse espaço ao mesmo tempo que não se interessa por qualquer envolvimento na gestão de seus próprios legítimos interesses?
Até quando será assim?

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