“Tudo o que é necessário para o triunfo do mal é que os homens-de-bem não façam nada” – Edmund Burke
Visão
Parcela expressiva da população brasileira abraça valores tradicionais ou conservadores nos campos da ética, moral, religiosidade e cultura de um modo geral.
Tais valores não tem voz nem expressão política proporcional a sua presença na sociedade, ao contrário, valores antagônicos são hegemônicos, quer na produção de mídias de massa quer na produção intelectual. Sua escassa representação formal é carente de uma doutrina consistente que guie sua ação política.
O silêncio, a desarticulação e o não enfrentamento da hegemonia esquerdista tem como conseqüências a paulatina desconstrução e desconstituição de toda nossa herança civilizacional, conduzindo as gerações futuras a um beco sem saída, opressivo, sombrio e sem sentido.
O engajamento no combate a essa situação se inicia por explicitar um ideal conservador que promova a auto-identificação das pessoas como repositárias de um conjunto de valores comuns, derivando daí a reunião de semelhantes em busca de espaço político e da luta democrática pelo poder.
O objetivo desse blog é ser um espaço particiativo e democrático para a formulação, divulgação e discussão informal de tal ideário.
Nosso Legado
Cultura e civilização são progressivamente elaboradas ao longo de infindáveis gerações cujas origens se perdem no tempo. Neste processo histórico de tentativa e erro, o legado de uma geração a outra tende a reforçar suas conquistas e a depurar suas derrotas e falhas, consolidando um conhecimento coletivo cujos símbolos mais profundos e perenes passam a ser parte inseparável da própria identidade dos indivíduos.
A complexidade de nossa sociedade não seria possível sem que um vasto conjunto de valores expressos em tradições, hábitos, modos, crenças, linguagem, religiosidade, razão, moral, ética, comportamento e em tantos outros aspectos, não fosse partilhado por seus membros. Uma infinidade de símbolos e códigos, não escritos, informais e fragmentados, são transmitidos e assimilados de modo quase inconsciente, formando o seu conjunto um massivo conhecimento “não racional”. A Razão, como ferramenta da busca do Conhecimento, é parte valiosa porém derivada deste legado, não podendo portanto, abarcá-lo ou superá-lo por completo.
Por ser perene, fragmentado, desestruturado e em muitos aspectos não “racionalizado”, tal conhecimento não dispõe de uma descrição unificadora que permita depreender logicamente um senso de coerência do todo ou de consistência para cada uma de suas inúmeras partes. Coerência e consistência existem, mas foram forjadas pela interação de inúmeras pessoas em uma linha de tempo longa demais para ser completamente apreendida pela mente de um indivíduo.
Uma conseqüência importante destes aspectos é que as pessoas freqüentemente não tem o senso de totalidade de seus valores e, menos ainda, de qualquer identidade de grupo. Deste modo, quando agredidos ou confrontados em suas crenças mais arraigadas, a reação mais comum pode ser apenas uma vaga sensação de desconforto.
Tais características “naturais” não acarretavam ameaça ou desvantagem para as sociedades ocidentais até o advento do Iluminismo, que estabeleceu a crença de que a Razão apenas poderia “libertar” o homem de sua “ignorância” e “opressão” e relegando todo o conhecimento passado às trevas e à lata de lixo da História, como crendices descartáveis e indesejáveis. Esta prepotência arrogante abriu as portas da civilização ocidental para o advento do messianismo racionalista, e como conseqüência direta, das revoluções com seus banhos de sangue.
O Conservador e o Revolucionário
O Conservador, como ente político, só pode existir em dualidade e oposição à figura do Revolucionário. Este, imbuído do desejo de um mundo novo, e, mais ainda, do advento de um homem novo, luta por uma ruptura completa do tecido civilizacional em que se insere para implantar um projeto de humanidade desenhado nas mentes de um punhado de “iluminados” pretensamente detentores de uma “verdade” “racionalmente” estabelecida, que a tudo explica e a todos redime. É da necessidade de se opor a um projeto estruturado e sociopata de derrocada da civilização que deve surgir uma doutrina política conservadora, uma superestrutura aglutinadora do fragmentado conhecimento ancestral, catalizada por e em contra-ponto à ideologia revolucionária. Tal doutrina é necessária para guiar a luta política de enfrentamento à hegemonia esquerdista.
O Conservador e o Liberal
Assim como o Liberal, o Conservador crê que a liberdade do indivíduo é o bem primordial fruto da Civilização Ocidental, conquistado e estabelecido como valor inerente ao ser humano após milênios de História. Ambos entendem que a liberdade de pensamento, de expressão, de livre associação, de fazer suas próprias escolhas e seguir seu próprio rumo só persiste em sociedades democráticas cujos governantes são livre e periodicamente escolhidos pelos seus membros. Também entendem que as garantias e liberdades individuais e a própria Democracia só estarão asseguradas se houver liberdade de livre-empresa, ou seja, sob um regime econômico Capitalista.
A distinção, um tanto arbitrária, se faz quanto a ênfase economicista ou “de mercado” dada pelo Liberal à simbiose Democracia-Capitalismo e a visão empirista, mas incontestável, a respeito da superioridade deste sistema sobre os demais. As nações mais prósperas e com liberdades individuais asseguradas são as de Capitalismo avançado, e que, não ocasionalmente, possuem também as Democracias mais maduras. Por outro lado, todas as experiências socialistas resultaram em pobreza, opressão jamais vista na História humana e, freqüentemente, genocídio. Tal constatação dos fatos em geral basta ao Liberal para propugnar a adoção do “livre mercado” como solução para a maioria dos problemas das nações, inclusive a falta de Democracia. Já o Conservador entende que tais conquistas só são possíveis em uma Cultura com valores éticos e morais adequados e de toda uma intrincada rede de saberes que se articulam e colaboram para tornarem possível as modernas sociedades. Estes conhecimentos permitem, por exemplo, transformar o impulso de empreendedorismo nato do homem em organizações de trabalho extremamente complexas onde colaboram dezenas de milhares de pessoas para a realização de objetivos comuns.
A existência de tais pressupostos refletem o estágio de “adequação cultural” de uma sociedade que irá promover ou restringir seu desenvolvimento, sua prosperidade e o grau de liberdade de seus cidadãos. Estas condições não podem ser facilmente exportadas de uma sociedade para outra, de modo que diferenças nos diversos níveis de desenvolvimento das nações são esperadas.
Estereótipos (Esquerdistas) do Conservador
Ser Conservador não é sinônimo de apologia ao imobilismo ou à imutabilidade de tudo, nem da manutenção incondicional do “status quo”, ao contrário, o Conservador deseja e promove mudanças contínuas, porém levando em conta as condições de seu tempo e as lições aprendidas por seus antepassados, lições sobre o que deve ser preservado e o que deve ser mudado, seja por erro, por inadequação à novas situações ou por melhoramentos que devam ser agregados.
Ser Consevador não significa ser um oligarca, latifundiário, “coronel nordestino” ou ainda um saudosista do Império ou da Escravatura. Menos ainda ser um fascista, variante do socialismo tão sociopata quanto este.
O Conservador e a Brasilidade
O Conservador entende que a Cultura Brasileira é formada pela contribuição de diversas outras, dissolvidas e reprocessadas nesse imenso caldeirão chamado Brasil. Sabe que a miscigenação é uma característica ímpar e um diferenciador primordial do país, nação de imigrantes que a todos recebe de braços abertos. Nossa colonização européia forneceu o traço dominante civilizacional, sua ocidentalidade, expressa pelas raízes judaico-cristã e greco-romana, sua latinidade pela origem ibérica, e incorporou marcantes contribuições africanas e indígenas, gerando uma nação e um povo originais e únicos.
Auto-Teste
Você caro leitor, freqüentemente estranha que:
A língua portuguesa, tão antiga, parece que sempre esteve errada e vivem tentando te impingir uma novilíngua?
Uma série de conceitos “politicamente corretos”, saídos não se sabe de onde, se tornaram normas de conduta compulsórias mas ninguém jamais lhe consultou a respeito?
Uma miríade de ONGs das quais você nunca ouviu falar antes, mas ricas em financiamento estrangeiro, estão na mídia falando em seu nome (e de todos), mas você nunca votou em nenhuma delas ou lhes outorgou qualquer procuração?
As mais diversas minorias, mesmo tendo assegurado todos os direitos civis de livre manifestação e associação e de levarem a vida como bem entenderem parecem não se satisfazerem com não menos do que tornar seus valores hegemônicos na sociedade, de modo que você começou a se sentir em minoria?
A apologia de compartamentos que você sabe que não são os seus, de sua família, de seus colegas ou vizinhos, ocupam todo o espaço na mídia e seu modo de vida parece a caminho da extinção inexorável?
A livre-escolha do tipo de educação que você deseja para seus filhos, religiosa inclusive, parece constantemente ameaçada de ser tolida em prol de um ensino público compulsório e homogêneo para todos?
Um punhado de gente faça um esforço danado para se certificar que você não possa optar pela auto-defesa, de seu lar, família ou negócio?
Você tenha sido julgado e condenado pela escravidão do passado, mesmo que você seja um nipo-descendente com menos de 50 anos de Brasil, e que como pena do crime que você e seus pais não cometeram você terá de aceitar o estabelecimento de “políticas afirmativas”, sem direito à opinião (jamais ninguém te perguntou o que você pensa a respeito, não é mesmo?) , tudo em nome da concialição e da concórdia nacional?
Tem sempre alguém querendo descriminalizar o consumo e até o comércio de drogas quando o que você mais quer é manter seus filhos o mais longe possível delas?
Se você leitor respondeu afirmativamente a maior parte das questões acima (e tantas outras semelhantes), lamento lhe informar, mas você é um Conservador, ou ainda, horror-dos-horrores, você é “de Direita”.
Se o mundo parece estar tomando um rumo que não é o que você almeja para si mesmo e sua família, abandone o silêncio e a inação e faça algo a respeito, ou “o mal triunfará”.